Dona preguiça
Na copa de uma figueira
Morava dona Preguiça
Devagar, calma e faceira
De alma nobre e brejeira
Que ao amor Preguiça atiça
Como nunca toma banho
Exala cheiro de mato
A cascata soa estranho
De água o medo é tamanho
Pior que o medo do gato
Vestido cinza se alinha
Todo de branco enfeitado
Faz dela nobre rainha
Quando seu filho acarinha
Num galho bem reforçado
Dorme c’as pernas pra cima
E a chuva escorre gostoso
No verso a poesia rima
E a natureza lhe estima
Num ritual poderoso
Da figueira se alimenta
Pois mora na sua copa
Já que andar não agüenta
Ficar deitada lhe assenta
Uma soneca ela topa
Dorme o dia inteirinho
A noite ainda cochila
Quieta no seu mundinho
É avessa a burburinho
Mal vê que a lua cintila
E no alto da figueira
A preguiça vive em paz
Com doçura verdadeira
Com sobriedade altaneira
É preguiçosa demais
Elair Cabral
Imagem Google
Bom dia amigos!
ResponderExcluir